domingo, 15 de maio de 2011



MORMAÇO

Gemer de ventiladores, amadores do vento.

Mormaço do dia, da vida, da alma.

Dia cinzento e quente como asfalto

Um gato escondido no armário,

Mudo, censura a minha falta de tempo.

Ranger de porta desperta os sentidos

O mundo acordado reclama atenção

E eu, mormaço, nauseada de tudo,

Sonho com assaltos, medos, mortos,

Planto-me, qual árvore, frondosa solidão.

Qual ostra fora d’água

Ressecada, vazia de brilho.

Escrevo, vomito e expurgo,

Palavras, num mágico papel,

Em falenas virtuais me diluo.

O gato mudo,

Ainda escondido,

Censura minha falta de tempo.

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