MORMAÇO
Gemer de ventiladores, amadores do vento.
Mormaço do dia, da vida, da alma.
Dia cinzento e quente como asfalto
Um gato escondido no armário,
Mudo, censura a minha falta de tempo.
Ranger de porta desperta os sentidos
O mundo acordado reclama atenção
E eu, mormaço, nauseada de tudo,
Sonho com assaltos, medos, mortos,
Planto-me, qual árvore, frondosa solidão.
Qual ostra fora d’água
Ressecada, vazia de brilho.
Escrevo, vomito e expurgo,
Palavras, num mágico papel,
Em falenas virtuais me diluo.
O gato mudo,
Ainda escondido,
Censura minha falta de tempo.
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