QUEM VAI PARAR A CHUVA?
Mesmo que a chuva não pare
Vou dançar está canção: Je T'aime... Moi Non Plus
Ainda acredito no blues
E também não tenho nada a perder
Sei que o blues é mágico
E alguns homens são bons
Também fui tocada por esta fábula
E já fui a primeira felicidade do dia
(A amaldicionada sou eu)
Ingenuamente tentei amarrar o vento
E desejei algo pra esta noite
Colhi em mim a tempestade
Bati minha cabeça nas rochas
Vomitei palavras e sons
Alimentei sonhos, fantasias
Pensando que a canção era pra mim
Não importa
Mesmo que a chuva não pare
Vou dançar esta canção: Je T'aime... Moi Non Plus
Mesmo que não tenha sido feita por mim
Continuo acreditando no blues
E sei que és bom
(Sou eu a amaldiçoada)
Atraí a tempestade
Enfureci os deuses
Me apaixonei por Aquilon
Me acreditando felicidade
Bati nesta porta
Tentei ser bailarina
A garota mais bonita do baile
As luzes não estavam acesas
(Sou uma maldição)
Mesmo que a chuva não pare
Vou dançar esta canção: Je T'aime... Moi Non Plus
Não consigo parar
De tanta mágoa, virei água
Estou chovendo no ar
E mesmo que não pare
Vou dançar está canção: Je T'aime... Moi Non Plus
Desejar está noite
Acender as luzes do céu
Ofender os deuses do Olimpo
Raptar Aquilon pra terra do nunca
Para amá-lo uma única vez
Mesmo que a chuva não pare
Esta canção dançarei :
Je T'aime... Moi Non Plus
Um comentário:
NO BOSQUE DE MABIRA
para Nadia
, o azul do papel de seda
( da pipa de papel )
feriu o céu laranja dilacerado
de um fim de tarde,
é a vida fazendo seus rabiscos
(criptogramas)
na parede desta rocha rejeitada,
desta caverna líquida,
que trazemos na alma
( museu inolvidável do sentimento).
Mas você
AINDA POSSUI ESSE PODER
do vôo feliz
(vôo que legitima as gaivotas)
acima dos oceanos
(sempre à esquerda deste que vem
emprestar ao dia sua volubilidade e do
qual estás vestida: o sol),
acima das árvores e das folha das árvores
(“, e do cravo, e da rosa
debaixo de uma sacada, o que foi feito?”),
ESSE PODER QUE VEM DE EROS.
Embora, ainda, o pássaro de coração tirano,
pousado na borda da esfera, espreite
(ausência total de cor em seu presságio):
“Nunca mais! Nunca Mais!”
Nós o ignoraremos
e as águas de um outro outono boêmio
virão molhar nosso pé,
(fluirá nossa fábula de amor)
e beberemos novamente do vinho tinto
(um Bourgandelle)
do encantamento
e objetos mágicos deslizarão próximos a nós
no bosque de Mabira
em Uganda
(onde floresce a árvore do sexo),
FUGINDO VIRÁS A MIM.
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